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E foi então que eu te conheci, o garoto que conseguiu me tocar, eu não entendia por que, ou talvez ainda não entenda, mas eu acreditei e confiei em você tão rápido, tão fácil. - Bella.
—
Bella você ta bem mesmo? – ouvi o Justin me perguntar, já devia ser a quinta
vez que ele me perguntava isso.
—
Estou. – disse com a garganta seca, ele me olhou estranho e assentiu olhando
novamente pra mesa em que nossos amigos estavam. Respirei fundo, tentando me
concentrar na conversa que fluía ali.
—
Vamos ao Luau da Cristina no próximo mês! – disse Alice entusiasmada, Alex
tomou um gole de sua cerveja e fez careta pra ela.
—
Por que querida amiga iriamos pra toca da cobra? – falou ele com sua ironia presente.
Estamos no bar que nos conhecíamos, a
diferença que agora era à tarde e o lugar estava praticamente deserto, com
apenas dois casais na mesa a nossa frente, e duas mesas ocupadas. Eu não queria
sair do apartamento, na verdade eu estava querendo morrer, mas ate isso eu não
conseguia.
—
Por que caro amigo. – respondeu, revirando os olhos. — Temos que nos divertir,
e infelizmente ela foi à única que teve a ideia do luau e vamos. – falou
decidida, Alex deu de ombros desistindo da briga.
—
Nós não vamos. – falou Justin, abraçando meu ombro. Alice olhou chocada pra nos
e negou com a cabeça, fazendo bico.
—
Por favor, Justin. – pediu, com os olhos pidões, sorri de lado, Alice sempre
fazia isso.
—
Nem pensar. – ele negou, abafando um risinho, Alice bufou e cruzou os braços.
—
Veremos. – murmurou, Daniel riu da cena e beijou sua testa.
Sabe aquela vontade que te da de chorar até
toda dor em seu peito sumir? Era exatamente essa a minha vontade. Tinha vontade
de chorar, gritar... Só de pensar que em menos de um dia estaria de volta
aquele pesadelo.
—
OOH BELLA! – pulei da cadeira assustada com o grito estridente que Alice deu,
um pouco confusa olhei em sua direção, Alice estava com uma cara feia enquanto
Alex e Justin riam dela, Daniel por alguma razão massageava o braço esquerdo
com um bico.
—
Oi? – murmurei, Alice me fuzilou com os olhos e eu um pouco assustada me
encolhi na cadeira.
Não
me julguem, Alice podia ser baixinha, mas era um capeta.
—
Que tipo de amigos eu fui ter. – suspirou derrotada, cruzando os braços.
Todos na mesa começaram a ri, me deixando
mais confusa.
Quatro da tarde saíram do bar, e eu
finalmente soube o que deixou Alice com raiva, Justin e Alex começaram a
chama-la de baixinha – mesmo sabendo do seu complexo por altura. - e Daniel não
a defendeu, como um namorando faria (segundo ela.) então ela esperou que eu,
sendo sua única amiga na mesa a defendesse, sorte que eu estava perdida em
pensamentos. Justin me levou até meu apartamento.
—
Sobe comigo? – pedi enquanto ele me acompanhava até o portão central, ele
sorriu de lado e balançou a cabeça confirmando, meu coração se alegrou e se
apertou ao mesmo tempo, seria a ultima vez que eu estaria com ele.
Fomos a silencio, cada um perdido em seu
pensamento, o que era estranho Justin sempre gostou de falar, sobre qualquer
coisa, e quando não tinha o que falar ele simplesmente fazia brincadeiras ou
contava piadas – grande maioria sem graças, mas ele não precisa saber. – mas
hoje ele estava silencioso, misterioso quase não parecia o Justin que eu
conheço. Entramos no meu apartamento, e como sempre acontecia ele foi se sentar
no sofá, quer dizer, se esparramar nele. Dei um risinho e fui à cozinha beber
agua, estava de costas pro balcão que havia lá, tomei um susto quando ouvi a
cadeira arrastar me virei assustada me deparando com Justin, que me olhava
diferente, quase como se quisesse me decifrar.
Oh
não!
—
Que foi? – perguntei um pouco nervosa, odiava ser observada com tanta
intensidade, desviei o olhar dos seus olhos penetrantes e me concentrei no copo
de agua a minha frente, rodeando meu dedo na boca do copo.
—
Bella o que te aconteceu? – ele me perguntou, levantei minha cabeça lentamente
pra olha-lo.
—
Como assim? – murmurei, ainda olhando em seus olhos.
—
Como assim isso! – falou, puxando meu braço pra frente e levantando rapidamente
a manga da minha blusa até o topo, foi tão rápido e inesperado que não tive
tempo de reagir.
Ele então apontou pra meu braço, e lá
estavam todas as cicatrizes e queimaduras que tanto escondi, era estranho
mostrar isso a alguém, quer dizer, ter alguém ao meu lado vendo as marcas do
meu passado, sentir meus olhos queimarem e minha garganta travar, puxei com
força meu braço de encontro ao meu peito e chorei, sim, chorei com nojo de mim,
com nojo do meu egoísmo, com nojo da minha capacidade de acreditar que eu teria
direito de ser feliz. Olhei em direção ao Justin, que me olhava angustiada e
com culpa, não queria que ele se sentisse assim, nunca foi culpa dele se eu fui
egoísta.
—
Bella, por favor, não chore. – ele pediu com a voz implorativa, vindo em minha
direção, me afastei dele.
—
É melhor você ir. – solucei a cada palavra.
Ele
olhou assustado pra mim, e sua boca tremeu de leve, ele sempre fazia isso
quando ficava nervoso com algo, e correu ao meu encontro, e tarde demais
percebi que estava entre a parede e ele, Justin segurou meu rosto com as duas
mãos apertando de leve minhas bochechas, me fazendo fazer um biquinho, olhei
com os olhos molhados para ele que parecia desesperado e angustiado, e beijou
meus lábios com força, mas não deixou de ser delicado e macio como todos os
beijos que ele me dava, seus lábios pareciam desesperado por mim, sua língua me
fazia ter sensações prazerosas demais, ele então se afastou ofegante e encostou
sua testa na minha, me queimando com seus olhos que tanto amo, não pude desviar
deles, eram como se fosse minha prisão.
—
Bella, não me mande ir. – ele implorou sussurrando perto do meu lábio, sentir o
cheiro de canela e menta que tanto me embriagava. — Por favor, só me deixe
ajuda-la, eu preciso ajuda-la. – murmurou acariciando meu rosto de leve, fechei
os olhos com força, sentindo as lagrimas descerem grossas por meu rosto.
Eu
queria tanto conta-lo, dizer tudo que me aconteceu, mas meu passado era tão
sujo, ele nunca ia me perdoar, ele não iria mais olhar na minha cara, e
constatar isso é pior do que qualquer coisa que Fernando me fez passar esses
anos todos.
—
Eu não posso. – suspirei, olhando novamente pra ele. Ele então se afastou, e
rapidamente sentir falto do calor que seu corpo me transmitia. — Por favor, vá
embora Justin. – falei, tentando em vão segurar as lagrimas traíras que
desceram por meu rosto, ele me olhou com os olhos triste e sem nada dizer,
pegou seu casaco e saiu do meu apartamento.
Encostei-me
a parede, me permitindo chorar toda dor novamente, eu nunca iria parar de
chorar? Eu não merecia ser feliz novamente? Sempre estaria marcada pela sombra
de Fernando a onde eu for, e eu não podia fazer com que ninguém sobresse ou se
machucasse por causa dele.
Fui
em direção à mesa, e peguei um papel e escrevi tudo que ninguém soube, eu iria
partir pra nunca mais vê-los, mas ele precisava saber o que aconteceu com
Isabella Stewart, talvez essa seria minha ultima chance.
Justin
POV.
Não
conseguir dormir, eu rolava de um lado para o outro na cama, mas nada me fazia
parar de pensar nas marcas que vi pelo braço de Bella, seus olhos desesperados,
ela estava tão indefesa e eu fiz a merda de deixa-la e ir pra casa, eu sou um
idiota.
Resolvi
falar com ela, eu precisava vê se ela estava bem, eu precisava eu necessitava
vê-la.
Pulei
da cama indo em direção ao banheiro pra uma ducha rápida, e voei ate o guarda
roupa pegando a primeira que eu vi, calcei meu tênis e corri em direção a
garagem, parecia que quanto mais tempo eu demorasse mais meu coração implorava
por ela.
Pois
é, Justin, você esta apaixonado!
Nunca
corri tanto com o carro, passando por um ou dois faróis vermelhos, mas foda-se,
era Bela, minha Bella.
Cheguei
ao seu apartamento em tempo record, Antônio me olhou assustado, segurei o
balcão dele e falei rapidamente, quase sem fôlego.
—
Deixe-me entrar, preciso vê Bella. – pedi, ele então me olhou um pouco
envergonhado, e sem me dizer nada me entregou um envelope, franzi o cenho
olhando para a frente dele que estava escrito com uma letra conhecida por mim “Para:
Justin“, virei a carta encarando confuso a seguinte frase.
“O meu verdadeiro passado, me desculpa.”
Olhei confuso e angustiado
aquela carta.
— Ela se foi Senhor Bieber,
e deixou isso pra o senhor. – falou Antônio, o que eu já desconfiava. Assentir
pra ele, sentindo meu coração apertar, ela tinha me deixado.
Entrei no carro, e não tive
coragem de mexer um musculo, Isabella havia ido embora, me deixado e eu não
sabia o porquê. Mas ao pensar nisso meus olhos miraram na maldita carta, a
peguei logo abrindo, eu sabia que o que estivesse escrito nela iria mudar tudo,
mas eu precisava saber o que tanto machucou Bella, meus olhos focalizaram em
sua caligrafia.
"Olá Justin, se recebeu essa carta
provavelmente você foi me procurar, como eu penso que vai, primeiramente eu
peço desculpa por ser tão covarde a ponte de não te contar meu passado olhando
pra ti, mas quero que entenda que é difícil... Desculpa-me... Não vou pedir que
entenda ou aceite nada do que eu escrever a partir de agora, mas esse é meu
passado, é a sujeira que eu aguento dia após dia desde dos meus 13 anos. Quando
eu tinha 10 anos minha mãe se casou com um cara, Fernando era seu nome, bom,
minha vida não era difícil minha infância era demais. Fernando era o pai que
todo mundo quer, ele me mimava, me agradava e fazia eu e minha mãe feliz era
isso que importava, mas às vezes a felicidade dura tão pouco. Quando eu
completei 12 anos minha mãe biológica morreu de câncer, eu podia ter escolhido
entre morar com meus tios ou com Fernando, e eu escolhi Fernando, eu era uma
criança e só tinha a ele como figura paterna, esse foi meu primeiro erro.
Fernando foi exatamente o que era antes até um tempo, quando o conselho marcava
em cima, e eu sempre o escolhia, mesmo com insistência dos meus tios, então
minha guarda finalmente ficou com ele, Fernando tinha minha tutela pra sempre,
ate eu atingir maior idade, eu realmente achei que seria ótimo, segundo erro. Quando
completei 13 anos meu inferno começou, Fernando me maltratava, me batia e
exigia que eu fizesse tudo que ele mandasse, eu chorava todas as noites por
causa disso, e foi assim que aquelas queimaduras surgiram, Justin, Fernando
sempre chama seus “amigos” pra umas “reuniões” lá em casa, e eu sempre era
queimada por cigarro por eles quando não fazia o que eles pediam, não, não
sexualmente, pelo menos não ainda. Meus 14 anos foram os piores, Fernando
começou a invadir meu quarto à noite, grande vezes bêbado ou drogado, e foi em
uma das noites que eu fui estuprada por ele, eu tentei fugir, mas ele sempre me
encontrava e me castigava mais e mais, eu estava no inferno onde ninguém podia
me ajudar. Meus 15 anos foi o pior de todos, Fernando, tem uma boate de
prostituição na fronteira com o México e me obrigou a começar a trabalhar lá,
sempre com a ameaça de matar meus tios, eu nunca tive opção a nada, toda noite
eu e algumas garotas jovens que também eram mantidas presas, eles usavam de
mim, grande parte me drogando e outras me forçando, mas a noite nunca acabava,
Fernando sempre ia ao meu quarto e me cortava toda vez que eu agredia um
“cliente” e não eram poucas, era o meu corpo, era minha vida, era minha
infância sendo destruída dia após dia pelo homem que pensei que podia confiar,
e foi então que eu decidir reagir, eu não aguentava mais. Em uma das noites, eu
fugir do maldito inferno, eu não sei como conseguir, mas fugir. Fui ajudada por
um casal de camponês que me acolheram e me ajudaram, mas as marcas estavam ali,
meus sofrimentos, e foi quando descobrir que estava quebrada que não existiria
mais uma Isabella feliz, por conta da pobreza dos dois, teve que ia ao um
orfanato, lá eles fizeram todos os tipos de exames em mim, e por algum milagre
eu não tinha nenhuma doença ou sequela, engano deles, eu sou suja. Não contei
minha historia pra ninguém, não conseguia acreditar em ninguém. Eu não tinha
mais esperanças de nada, então eu comecei a tentar me matar, varias e varias
vezes e foi em uma dessas tentativas que encontre minha mãe, ela me adotou e me
fez acreditar uma vez na bondade, mas sempre com o medo da sombra dele, do
demônio. E foi então que eu te conheci, o garoto que conseguiu me tocar, eu não
entendia por que, ou talvez ainda não entenda, mas eu acreditei e confiei em
você tão rápido, tão fácil. E eu sei que depois que você souber de toda minha
verdade você não irar querer saber de mim, irar ter nojo de mim. Eu sempre
soube que isso ia acontecer, mas droga, eu fui tão egoísta em te prender a mim,
eu só... Eu só te amo, sim, eu te amo. Desculpe-me por isso, por ser quem ele
me fez ser. Mas eu não iria aguentar vê-lo sentindo nojo de mim, eu só te amo.
Sempre e pra sempre. Obrigada."
Com amor, Isabella.
Nota Final: Olá meu anjos, me desculpa a demora, mas foi que todos os capitulo que eu já escrive pra essa fic foram apagadas, não era exatamente assim que eu pensei pro oitavo capitulo, mas ok, foi o que saiu. Então anjos meus, estou escrevendo outra fic, provavelmente postarei ela amanha, talvez... Então o que acharam do capitulo, comentem não mata e faz bem pro coração da escritora aqui, desculpe se sou muito ruim assim, mas sou iniciante. Comentem, não cai o dedo. beijos, te a próxima.
Converse comigo, tirem suas duvidas dessa fanfic na minha ask (ask.fm/cookiesofbieber)
Me sigam no twitter, só pedi que sigo de volta (@cookiesofbieber)
queroo maiiis .. continuaaa please >.<
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